Eco-futebol para o bem mundial


Estamos na semana em que ocorre o maior encontro de simpatizantes da maconha da humanidade, no Rio de Janeiro e tudo o que se fala é em fechar a torneira da pia, tomar banho mal tomado, economizar no consumo da erva e plantar mudinhas às margens de rios, riachos e corredeiras. Pelo tom, obviamente todos já perceberam minha opinião quanto ao evento, todavia pouco me importa se eles estão de fato resolvendo alguma coisa ou se apenas fazem o treinamento do bumbum ao som de funk, desde que me prometam que tais racionalizações de verde não chegarão ao futebol. Já imaginaram se a onda atinge as quatro linhas?

 

A primeira grande perda seria o gramado, substituído imediatamente por um piso escorregadio feito pelos destroços das reformas dos estádios para a Copa do mundo. Depois os uniformes teriam que economizar em tecidos, e clubes com vermelho e cores primas na camisa teriam suas estampas toda a base de pau-brasil, que vem pintando tudo por aqui desde 1500. Os estádios usariam leds ou luzes fluorescentes (que duram, iluminam e economizam mais) e seriam obrigados a distribuir óculos escuros a fim de minimizar os efeitos da grande quantidade de prótons (os novos elétrons) diretamente na retina dos meros torcedores que tudo o que desejaram era assistir a um simples espetáculo futebolístico – sem contar que um estádio todo fluorescente iria frustrar os caras dos lasers que dedicam sua vida na arte de cegar goleiros desde o século XX. A marca da cal seria substituída por carvão de madeira reflorestada e legalizada para evitar negrinhos de carvoeiro Brasil a fora.

 

Imaginem que legal, Galvão Bueno de óculos de sol às 9 da noite e todas as cabines com vidros fumê visando não cegar-nos no show do intervalo. E o Arnaldo e seu novo bordão “ A regra é claríssima!”?

 

Mas a principal mudança seria na bola, feita exclusivamente de celulose, diretamente dos maiores tiradores de leite do pau das Américas, os seringueiros. Podendo vez ou outra ser confeccionada da seiva da mangabeira para manter leite dentro pau e assim não extinguir a seringueira. A pelota seria bem parecida com a utilizada no Xikunahity.

 

Uma bola 100% brasileira e ecológica geraria empregos e seria a primeira em anos a não usar nenhum tipo de tecnologia pós-1623. Vejam pelo lado bom… Sem riscos de efeito jabulani e emanando toda a natureza contemplativa das árvores tupiniquins. Viu, que maneiro aderir a onda verde?

 

E aí, ainda ta afim de salvar a natureza fazendo xixi no banho? Eu continuarei com o velho hábito humano de esbanjar e se reproduzir em grande escala, afinal desde pouco depois de Cristo que anunciam o fim da humanidade e pelo visto ninguém pensou em mim. Isso pra não citar que nada nesse mundo me convencerá a colocar meu futebolzinho a perder. Muito menos a natureza, porque como disse Arnaldo Jabor “Os dinossauros e a era do gelo já passaram, mas natureza continua firme.” Né?

 

Dois Toques e a gente sai na cara do gol!

 

 

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Postado em: Dois toques Por: Binho
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