O mundo exige qualificação e intelecto. O futebol também!
Eurocopa a todo vapor, brasileirão engatando a segunda, olimpíadas batendo à porta e a velha preocupação canarinho nunca esteve tão pouco latente. O medo de envergonhamos os tupiniquins pela enésima vez consecutiva.
Não faço coro à geração PES que acha Rooney bom de bola só porque ele salvou duas ou três Master League, nem escrevo Croácia em croata no facebook pra mostrar que manjo bagaraio, e por isso me sinto livre para dizer que, sim, a Espanha é a melhor seleção do mundo. Todavia, aproveitar-me-ei do paradoxo que é tão presente no futebol e afirmarei que os espanhóis são de fato os melhores, mas assim permanecem por apenas um porém. Eles pensam enquanto jogam bola.
O jeito brasileiro de jogar bola de fato revolucionou o futebol e nos deu muitos títulos e o status do país do mesmo, que por sua vez sentencia quem o ostenta. Vejam os ingleses, inventores do maior esporte da Terra e que há décadas não sabem o que é jogar bola sem um grandalhão na área estilo Joel Santana de futebolar. Everybody back que dão um very big kick para um very big man in the area.
Ser o time a ser batido deve ser encarado como a bola da vez, a cabeça premiada, o rim que todos querem e não como se fosse uma poltrona macia e aconchegante onde todos desejam cochilar. Um cochilo ante tantos inimigos afoitos pode ser mortal. Inglaterra estagnou, o Brasil passou. Brasil estagnou, Espanha decolou. Foi-se o tempo onde dribles e canetas ganhavam jogo; hoje o futebol virou uma partida de xadrez e o objetivo é dar xeque-mate no menor tempo possível. Precisamos encarar o futebol com mais seriedade, senão de nada adiantará ter um Neymar a cada cinco anos.
Futebol é sangue nos olhos e precisamos ser a bala que matou o Kennedy, a faca que rasgou a tripa, para que Neymar seja apenas o escárnio e o opróbio de nossos reles inimigos famintos já desfalecidos e derramando quanto sangue possuírem.
Pensem amigos, se a Espanha estivesse tão à frente, fariam mais gols, venceriam com mais folga. Mas não, o que fazem é semelhante a jogar com a regra de que o adversário não vai encostar na bola, ou seja, tudo o que você sempre sonhou. Usam a probabilidade a seu favor, afinal uma pessoa que tenta dezoito chutes tem mais chances de conseguir êxito do que uma que teve penas 2 possibilidades. A defesa para o método espanhol de jogar funciona exatamente como um antídoto, pois é tirado do próprio veneno. Raciocinem. Quem tem mais a bola corre mais, toca mais, se movimenta mais… entenderam? Deixem que toquem até cansar e fiquemos na sempre infalível marcação homem-a-homem estilo soca com raiva. É provado cientificamente que se cada um marcar o seu se torna impossível três passes redondos na mesma jogada, e uma vez com a bola em nosso poder joguemos bola, porque isso fazemos melhor que eles.
Só o que tem que acontecer é admitirmos que estamos ultrapassados (mas sem aderir a síndrome de cachorro vira-lata tão presente atualmente no país) para que enfim o processo de reestruturação seja iniciado. Estamos jogando um futebolzinho nas coxas e sabe como é fazer nas coxas, dá prazer, mas não leva a lugar nenhum.
Se entender e admitir-se ultrapassado é fundamental para que ocorra a mudança que nos levará à excelência.
Dois Toques e a gente sai na cara do gol!
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