Ensaio sensual com Fernanda Souza
Faz muito, muito tempo que Fernanda Souza deixou de lado a carinha angelical, as marias-chiquinhas e o vestidinho de pregas e virou mulher. E que mulher – sim, porque, embora ela não concorde, a atriz é a prova de que existe mulherão com apenas 1,58 m.
Quer dizer que ela não tem mais nada a ver com Mili, personagem que a lançou para a fama lá no longínquo século passado, quando estrelou a novelinha do SBT Chiquititas?
Bem, não é exatamente assim. No ensaio para a VIP, feito em uma fazenda em Itu, no interior de São Paulo, apesar da produção sexy e das caras e bocas que fazia para o fotógrafo, Fê não parou quieta um só minuto.
Correu atrás do pavão, ficou com medo do cavalo, mergulhou no lago, se pendurou igual a uma criança no balanço.
“Eu já saí de Chiquititas, mas Chiquititas não sai de mim”, brincou.
Além de linda, Fernanda é superengraçada, alto-astral e simpaticíssima. Ela atribui grande parte desse seu jeito ao trabalho.
Quis o destino que fizesse um papel cômico na novela Alma Gêmea, em 2005. Deu tão certo que acabou emendando uma comédia na outra.
“Comecei a encarar a vida de uma outra forma a partir daí. Hoje, eu quero mais é ser feliz.”
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As pessoas são unânimes em dizer o quanto você é simpática e alto-astral. É assim sempre?
[Risos] É que eu sou muito bem humorada, muito feliz. Quando estou quieta, é porque algo errado aconteceu. Meu jeito é assim, para cima.
Confesso que depois que comecei a trabalhar com comédia fiquei até meio boba. A Claudia Raia [sua mãe na novela Ti-ti-ti] diz que eu vim com o chip da alegria.
E você vem emendando um papel engraçado em outro, não é?
Olha que coisa boa! Acho que estou jogando alegria para o universo e o universo está me devolvendo alegria através da comédia.
Como você descobriu essa sua veia cômica?
Não sei direito. O primeiro papel cômico que fiz foi com o Walcyr Carrasco, em Alma Gêmea. Aprendi a fazer comédia aí e adorei.
Passei a ser uma pessoa muito mais bem-humorada na vida, muito mais alegre. Foi um “antes e depois”.
Descobri que eu só conseguia viver bem se eu estivesse feliz e bem-humorada o tempo inteiro. Depois veio uma série de personagens assim, como a Carola de O Profeta. Para ele eu tive que engordar 7 quilos, e, se você não ficar bem-humorada, acabou o mundo, né? [Risos]
Mas as pessoas esperam que você faça uma piada quando chega?
Acho que acontece o contrário. As pessoas pensam que eu sou afetada e quando me conhecem veem que não, que sou extrovertida.
Sou muito comunicativa, falo muito, falo com qualquer um. A maior parte do tempo eu sou bem espontânea.
Você disse que já teve de engordar 7 quilos, mas está supergostosa agora. Você malha muito?
Tenho fases. Quando participei do Dança dos Famosos, do Faustão [ela venceu o quadro em julho de 2010], dancei muito e meu corpo deu uma mudada.
Ganhei músculos que não tinha, como um par de pernas novas. E gostei delas. Agora não quero perder!
Por isso tenho que fazer alguma coisa. Gosto de fazer exercício, mas não sou neurótica. Para mim, malhar é uma atividade que libera endorfina e só faz sentido se for prazerosa. Se for chato, nem faço. Enjoei de musculação e tenho feito pilates.
Você tem essa coisa meio hedonista, né? Isso de só fazer alguma coisa se ela dá prazer.
Ah, se não der prazer, fico com preguiça. Minha prioridade é estar rindo. Estar feliz e fazer os outros felizes. Realmente não sou uma pessoa que fica plantando tristeza.
O que achou da experiência de ser loira para fazer o humorístico Toma Lá Dá Cá?
Os homens olhavam mais. Mas não mexeu muito com a minha autoestima, porque eu não estou nem aí para homem, quero mais eu é estar bem.
Até porque, se eu quero que alguém me olhe, faço muito esforço até a pessoa olhar [risos].
Mas o cabelo loiro confere sensualidade. Às vezes eu o prendia, quando queria passar despercebida.
Mas você não se sentia à vontade com essa história de sensualidade?
Isso é legal, você se sente bem, mas não é fundamental para mim.
Acho muito mais fácil eu conquistar alguém com meu bom humor do que com meu cabelo ou qualquer coisa assim.
O que vai de encontro a seus dois últimos personagens, em Toma Lá Dá Cá e em Ti-ti-ti, que são bem sexy…
Lido numa boa com isso. Se eu tenho que fazer personagem sensual, que mostre o corpo, vou me cuidar para me sentir à vontade nas cenas. Acabo vivendo em função dos meus personagens.
Mas, se não fosse isso, eu acho que não me cuidaria tanto, seria mais desregrada e mais desencanada. Claro que me sinto bem, bonita, gosto do meu corpo. Mas dá trabalho, viu?
E você não tem nunca essa necessidade de ficar mais sexy na vida? Nem para o namorado?
Não sei. Eu sou muito moleca. Não sou mulher fatal. Não tem muito a ver comigo essa coisa. Acho que é para mulherão. Eu sou muito menina.
Tenho 1,58 m, cara de menina, não consigo me ver como mulherão. Acho que só vou conseguir me ver assim quando estiver com uns 30 e poucos anos. Até então, eu sou uma moleca.
Por isso que até quando vou por esse caminho da sensualidade acaba sendo uma coisa mais alegre.
Mas, mesmo sendo tão mignon, tem de concordar que parece um mulherão.
Uma vez eu estava em um supermercado, só de chinelo, e um senhorzinho me disse: “Ah, mas você é só isso? Tão pequenininha assim?” E eu: “Ah, é o que tem para hoje, gente!” [risos]
É que televisão aumenta você em todos os sentidos. Te deixa mais alta, mais gorda ou mais gostosa. E aí as pessoas me encontram e veem que eu sou uma menininha mesmo. Sou a tal da falsa magra.
Mas vou fazer o quê? Quando vou para uma festa, fico muito mais parecida com meus personagens. Mas normalmente, quando estou de shortinho e chinelinho, não tenho nada a ver com essa outra imagem.
Na contramão de um monte de mulher que coloca silicone, você tirou um pouco de peito. Se arrependeu?
Ah, mas o que sobrou está bom, né? Acho que fiquei mais proporcional. Nunca me arrependi.
Você está na mídia desde muito chiquitita. Como foi virar mulher com todo mundo olhando?
Foi um processo natural. Eu acho que até posso ter pulado algumas fases e deixado de viver determinadas coisas porque trabalho desde muito cedo, mas também ganhei outras que me acrescentaram e me fizeram amadurecer muito.
Eu não perdi, eu troquei.
A Giselle Itié, a Samara Felippo e as Fernandas Vasconcellos e Paes Leme são suas superamigas. É o clube da luluzinha dos sonhos de um homem. Onde vocês se encontram?
Nós adoramos sair juntas, ir almoçar ou jantar. Às vezes conseguimos juntar o bando todo, mas nesses casos nem saímos, vamos para a casa de alguém.
Muita mulher fala muito alto, chama muita atenção. E eu não sou de sair, sou bem caseira.
O que você acha que todo homem deveria saber em relação às mulheres?
Que esse negócio de discutir relação não é de todo ruim. Num relacionamento, vale muito a pena ouvir o que o outro tem a dizer. É importante colocar o ego de lado.
Hoje em dia as pessoas não se ouvem direito, só estão interessadas em si mesmas. Mas não é só fingir que está ouvindo. Em vez de fingir, é melhor dizer: “Vai, resume, gata”.
E em relação a sexo?
Que o olho no olho é muito valioso. Às vezes o cara fica super empolgado e esquece desse gesto simples, que faz toda a diferença. O olho é a janela da alma, poxa vida.
Qual é a melhor arma de sedução de um homem?
Claro que gosto de pessoas que me façam rir. O bom humor é a melhor forma de cativar as pessoas.
Via VIP.