Nescau, mucilon, um memory card e meio cérebro para pensar
Arábia Saudita, Japão, Iraque, Nigéria, África do Sul, Egito, Camarões, Tunísia, Zâmbia, Austrália, Nova Zelândia, Taiti, Dinamarca, Grécia, Canadá, México, Estados Unidos.
Ao fim do post explico o motivo desses nomes acima, mas antes (mais uma vez, está chato, eu sei) permitam-me novamente tentar entender a mente anti-patriota dos torcedores de web, playboys de apartamento que não conseguem entender o quão complexa é a vida fora do memory card.
Ontem matei meu sono matinal para acompanhar o sorteio da Copa das Confederações a acontecer no país (como dizem os antis) mais feio, sem graça, sem dinheiro, mal administrado e incrivelmente escolhido pela FIFA e pelo COI para sediar os maiores eventos esportivos do planeta. Obviamente acompanhei com um olho na TV e outro na internet a fim de pescar umas pérolas internautas. Vi comentários como “O Brasil comprou o sorteio”, “Vamos cair numa chave fácil”, “Vai ser comprada como a Copa de 2002”, “Taiti na chave do Brasil” e ao fim os comentários viraram para “Compraram, mas deu errado”, “O cozinheiro arrebentou com a armação”. Os fãs do Messi sempre se superam.
Mais uma vez podemos perceber que a vira-latagem adquirida atingiu níveis de epidemia e agora não importa como, quando nem em que circunstância, a parada é torcer contra. Garotinhos mimados criados a base de Mucilon que se acham os revolucionários e acreditam ser bonito jogar contra o patrimônio. Pessoas nascidas no Brasil que não possuem a camisa da seleção nacional, mas tem a da Argentina. Menininhos cheirosinhos espancadores do Neymar, que costumam chamar tudo que não gostam de lixo e que quando vêem um carrinho maldoso no craque santista dizem que ele se joga, é fraco, é moça, mas quando triscam no Messi se gabam (com o pau do cara) que só param o “semi-deus” na falta.
Amam a Argentina, já deixaram o cabelo crescer, Pelé é só mais um boçal, exemplo mesmo é o Maradona, Felipão e Parreira possuem duas Copas, mas são uns bostas, bom mesmo é o Guardiola. Brasil? Quem é Brasil? Quero ver ganhar da Argentina. Ganhamos. Mas não era o time principal deles. Mas o nosso era? Criaturas sustentadas com Nescau cereal e que desdenharam o título do Desafio das Américas só porque fomos nós que ganhamos. E daí que era a Argentina na Bombonera?
Crêem piamente que a Argentina é e sempre foi mais time que o Brasil, mas desconhecem que aqueles países que citei no início do post estão num jejum de títulos menor que o da seleção da Evita. Os discípulos do anti-jogo não gritam é campeão com sua seleção principal desde 1993. Sim, o Brasil (assim como a Argentina até hoje) ainda era tri. E não nos eliminam em nada desde então.
Gritam na cara de clubes de que ficam 10 anos sem títulos, mas poupam a Argentina.
Às vezes penso que todo chefe de estado deveria ser um pouco Fidel e mandar traidor ir pastar bem longe do solo pátrio. Porque essa gentinha, esses escancaradores de boca em apartamento são minoria e não fazem falta. Fazem barulho, mas nada conseguem. Assim como a Argentina. O brasileiro de verdade – desacreditado, sim, com a seleção – ainda é esmagadora maioria. São os trabalhadores que xingam, falam mal, dizem parar de torcer, mas assistem aos jogos e fazem força para segurar o ódio e não gritar gol. São homens e mulheres que na época da Copa compram a camisa, vão pras ruas, bebem, dão churrasco e abraçam o desconhecido ao lado a cada gol convertido, a cada pênalti defendido. E por esses vale a pena acreditar que o torcedor ainda tem chance e que essa peste será extirpada.
E se seu banimento acontecer eles tem vários países para habitar. Podem até morar no Taiti, que vai disputar a Copa das Confederações por ter sido campeão. Coisa há 20 anos impossível para a Argentina.
Dois Toques a gente sai na cara do gol!
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