No inferno gay, os gritos são de gol
Falaí povão bandeiraduense, essa semana presenciei um debate bastante interessante, hipócrita e de pouca sapiência no tribunal de todos, vulgo facebook. Gays e héteros trocavam farpas coloridas e o termo viado e homofóbico ocupariam facilmente os TT’s se no twitter. Não opinei, apenas acompanhei e, como sabem, sou anti-hipocrisia. Comigo ou a Joana dá ou desce. Apertar peitinho é coisa de mastologista. Logo vieram-me altos pensamentos infrutíferos a mente e comecei a analisar campos que a nação homossexual em breve ganhará espaço. Quem não se conforma com a afetividade entre homens e mulheres de per si tem duas opções dignas: Morrer ou ir pro estádio.
Aí você se pergunta o porquê de ir ao estádio se for contra a homossexualidade. Ora, por mais que o movimento LGBT conquiste prestígios e igualdade de direito nas mais variadas esferas, nunca – mas nunca mesmo – conseguirão conviver pacificamente num estádio de futebol. Linchamento não haverá, afinal ninguém mais quebra lâmpada na cabeça de ninguém por causa disso, pois como disse o velho mestre de habitat montanhês “cada um dá o que quer e come o que quiser”, mas os assentos que circundam as arenas futebolísticas tem o poder de desomofobizar todo e qualquer ato homofóbico. E não estou sendo irônico, de fato, no estádio, toda e qualquer forma de segregação aos gays ganha anistia. Todos sabemos que do segundo zero ao minuto noventa todo jogador adversário, bem como dirigentes, árbitros, bandeiras e suas respectivas mães são cornos, viados, putas e toda sorte de nome cujo objetivo é expor as coisas como verdadeiramente são, já dizia Dercy.
Já imaginaram um jogador gay sendo obrigado a ouvir gritos de “viado” o jogo todo? Será que ele vai receber da mesma maneira que o zagueirão pereba que entregou o ouro, ou o meia do mal que isolou um pênalti? Não acredito. Logo todos os já acostumados na arte do xingamento seriam marcofelicianizados pela massa gay ensandecida e horrorizada.
Futebol é eclético e tirando gordo todos podem jogar. Mas não acredito ser uma boa ideia se assumir homossexual se sua profissão for a da pelota. É um terreno onde a escrotice é liberada e incentivada. E toda sorte de não relevamento e ausência de espírito esportivo é duramente punido sob gritos ainda mais altos daquela alcunha que tanto irritou num primeiro momento, podendo evoluir pra musiquinhas e, em casos extremos, coreografias dignas de um Psy.
Mas calma aí, antes que comece o ataque de pelanca já deixo claro que não sou homofóbico e até acredito que existam muitos gays nesse mundo da bola e que nós nem imaginamos. Aliás, tem um certo craque brasileiro que eu não irei me assustar se um dia ele resolver assumir que frequenta o lado alternativo da força. E caso aconteça será muito bom ao movimento da bandeira de arco-íris. Portanto, relaxem, porque ninguém aqui é contra homem, mulher ou homossexual. Eu odeio argentino, mas não tem nada a ver com a opção sexual dos caras. É algo intrínseco a minha brasileiridade, ainda que eles sejam “alternativos”.
Dois Toques e a gente sai na cara do gol.
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