O câncer de nossa paixão maior
Salve povo futeboleiro que fica antenado o dia inteiro e grita gol até quando a bola de tênis bate na rede. Essa letra que vocês conferem agora foi feita ao 48 do segundo tempo após um bate-papo bem boleiro com o dono desse espaço. Falávamos de futebol brazuca, mundial, das antigas, craques fodões e percebemos como nosso esporte-mor vem se depreciando a cada ano. Entendo que esse modelo europeu de campeonato nacional, sem final, num eterno lenga-lenga é apreciado por muitos e exige toda uma regularidade do time campeão, mas que nosso mata-mata era bem mais maneiro, isso com certeza. Vencer um campeonato com finais exigia das equipes mais que regularidade, pedia uma paudurecência monstra, aquelas quartas-de-finais contra aquele time desacreditado que vai jogar a vida mostrava até onde seu atacante era macho e quem realmente tem psicológico pra estar perdendo de dois gols e ver um pênalti claro sendo ignorado. O mata-mata não permitia firulices nem favorecia time cagão que fez gol fora de casa. Meteu 4 a 0 fora e perdeu de 1 a 0 em casa, bora pro terceiro jogo e sem chorumelas.
Sem contar que as rendas com o público eram bem maiores quando as finais vitimavam 6 velhinos por chute a gol na base do infarto. Quem aí não lembra da torcida do Corinthians tocando o terror no mata-mata, ou dos grandes craques que sumiam o campeonato todo virando heróis da decisão, ou do que é realmente ser campeão e sair rasgando a camisa de tanta euforia? Com esse sistema europeu o jogo acaba, uns pulam, outros deitam, um cara sai correndo, nem taça tem… Brochante. E o culpado disso tudo, Sr. Ricardo Cancerígeno Teixeira que não perde a chance de foder nosso futebol jogando nossas chances de faturar uma Copa do Mundo semelhante as da Alemanha, Holanda ou México.
Gente, sou do tempo em que pra marcar a Alemanha era só ficar na área esperando o cruzamento e se hoje os caras fazem diferente contra a gente é porque deixamos o brasileirismo pra trás e não sabemos onde.
Vínhamos de uma sequência arrasadora em Copas do Mundo obtendo dois campeonatos e um vice em 3 edições (1994, 1998, 2002), sendo que em nosso vice o time jogou uma barbaridade. Perdemos pra fatalidade e pro brilhantismo do Zidane. Desde que esse sistema de europamento do futebol tupiniquim chegou, tudo o que conseguimos foi sair de forma vergonhosa de duas Copas e provocar o emputecimento do povo. Nossos zagueiros são grossos, nossos meias defensivos descem a porrada, nossos meias ofensivos jogam estilo Beckham – gol só de bola parada -, tivemos que por uma mula na equipe só pra bater escanteio (vide Elano) e acabou a geração de atacantes fodões que metiam gol e quebravam a bandeirinha. Se tirar a amarelinha não notamos a diferença da nossa seleção para a do País de Gales.
Esse câncer do Teixeira está arruinando nossos feriados copadomundianos estilo soca com raiva. Pra deixar ainda mais evidente o que afirmo vejam o garoto Neymar, o mais genuíno exemplar do futebol brazuca. Menino não consegue jogar na seleção. É o único brasileiro de verdade em meio a seres contaminados com a feiúra dos futebóis italiano, espanhol, sueco, neo-zelandês, antartidaniano e toda sorte de perebice existente. E o garoto está sozinho, porque dificilmente terá alguém com Q.I suficiente pra compreender que drible pra lateral não vem necessariamente sucedido de cruzamento na área, é preciso se apresentar, e zaga no mano a mano dispensa prancheta, a parada é na habilidade, bola no chão.
Nossa Copa será fiasco certo e não pensem que a culpa será do Dunga, do Mano, do Zagallo, ou do Darth Vader. Tudo vem num processo lento e maligno de anos. Neymares e Gansos se faziam em série, Dedés eram mais comuns que areia em deserto, goleiros davam cabeçada e todo lateral sabia cruzar bola na área. Hoje sofremos com um futebol demente de jogadores dementes cuja única finalidade é emputecer a nação brasileira.
Se quisermos ver nosso futebol brazuca de volta precisamos quimeoterapizar o câncer que suga nossas vidas, o Sr. Ricardo Teixeira. E blá blá blá de bar não vai tirá-lo de lá, muito menos faixinhas esporádicas em campeonatos estaduais já desmoralizados. É preciso botar pra foder, com enormes faixas 90 minutos por jogo (de preferência de frente pra cabine da Globo), organizadas unidas nessa empreitada, chuvas de protestos via internet, redes sociais usadas para fins úteis e total empenho brazuca.
Mais 4 anos de Ricardo Teixeira e, podem anotar, 2018 veremos uma copa sem a bandeira colorida cheia de formas geométricas da América de Baixo. O fim tende a ser tenebroso. Então bora começar o desencapetamento da CBF por aqui. Fale com seus amigos, divulgue, mostre os argumentos e junte o maior número de pessoas possíveis para o lado bom da força. Só assim poderemos tirar o tumor do cargo, senão é bem provável que ele morra lá.
Dois Toques e gente sai na cara do gol.
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