Ronaldinho, Drogba, Anelka… No dia da mentira, relembre reforços que foram quase verdades
Há quem diga que a brincadeira de chamar o 1º de abril como “Dia da Mentira” surgiu na França, no século XVI, em meio ao reinado de Carlos 9º. A explicação seria o fato de o rei se negar a aceitar o calendário imposto pelo Papa Gregório e seguir comemorando o Ano Novo durante uma semana, de 25 de março a 1 de abril. Cinco séculos depois, a data ganhou outro significado. Virou dia de pregar peças nos amigos e zombar de “quase verdades”. E para celebrar o momento, relembramos algumas das contratações que deram o que falar. Principalmente porque nunca acontecerem de verdade.
De Ronaldinho Gaúcho driblando três clubes a Túlio Maravilha trocando de equipe no desembarque, o futebol brasileiro coleciona histórias dignas da data. Confira alguns casos emblemáticos:
O Rei do Drible
Pode-se dizer que a fama de Ronaldinho Gaúcho nos gramados, por vezes, deu o tom à história dos bastidores também. Tanto que merece um tópico à parte. Desejo de quase todos os clubes, o astro colecionou dribles em dirigentes ao longo da carreira. Cria do Grêmio, ele viu o Estádio Olímpico receber um sistema de som para anunciar o seu retorno, em 2011. Os equipamentos, porém, só viraram motivo de chacota para o Tricolor, que viu o armador ir parar no Flamengo…
Em 2014, foi a vez de o Palmeiras cair no canto do Bruxo. O acerto com o clube durou algumas horas. Acredite, o Verdão chegou até mesmo a pagar a taxa de transferência de R$ 600 à Federação Mineira de Futebol, mas anunciou a desistência dizendo que Ronaldinho e o irmão, Roberto Assis, mudavam as exigências a cada vez que o Palmeiras cumpria as anteriores.
Nem mesmo Eurico Miranda, conhecido pela força que tinha nos bastidores do futebol, conseguiu evitar um drible de Ronaldinho. Após anunciar em voz alta que o atleta estava 90% certo com o Vasco, em 2015, o ex-presidente vascaíno viu o craque acertar com o Fluminense. Ao Cruz-Maltino restou fechar com… Andrezinho.
No Vasco, nem de graça
Seriam tempos da famigerada “Lei do Ex”. Com dez anos de Flamengo nas costas, Léo Moura chegou a ser anunciado pelo Vasco em 2015. Mas aquele não era mesmo o ano do Cruz-Maltino no mercado. Porque menos de quatro horas depois, o jogador, que na época estava no Fort Lauderdale Strikers-EUA, deu para trás. Atacado pela torcida rubro-negra nas redes sociais, Léo Moura admitiu ter procurado até mesmo Romário para intermediar o acerto, mas disse ter decidido não aceitar por carinho ao Flamengo.
O então mandatário vascaíno não aceitou bem a recuada do lateral. Irritado, Eurico Miranda decretou: “Nem de graça ele vem para o Vasco.”
Anelka é do Galo… Ou era
Não era Copa do Mundo ainda, mas um francês deixou sua marca no Brasil. Em tempos de redes sociais, a frase “Anelka é do Galo”, com quase 40 mil compartilhamentos, deixou a história escrita. A publicação do então presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, anunciava a contratação do jogador, que não estava acertado. De saída do West Bromwich, da Inglaterra, Anelka chegou a visitar a Cidade do Galo, mas o clube anunciou a desistência do negócio após o francês não cumprir com os prazos de resposta e apresentação determinados.
Anelka é do Galo.
— Alexandre Kalil (@alexandrekalil) April 6, 2014
Túlio “MaraIlha” no Arruda
A cena do desembarque de Túlio Maravilha no Aeroporto dos Guararapes se tornaria emblemática na história do futebol. Marcou um Clássico das Multidões nos bastidores, com o “balão” do Santa Cruz sobre o Sport. Em 2001, para brigar contra a queda no Brasileiro, o Rubro-negro encontrou a salvação ao assinar com o atacante, artilheiro por três temporadas na Série A. Ou pensava ter encontrado.
Recepção de gala, bandinha, torcida e festa na chegada do goleador ao Recife. Só que a história tomou rumos inesperados. Após voltar para acertar o distrato com o Vila Nova-GO, Túlio retornou a Pernambuco. Dessa vez, no entanto, com a camisa do Santa Cruz… Mas ao término da temporada, ambos foram rebaixados para a Série B.
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Quem tem um amigo, tem tudo
Sem sorte, o Sport voltaria a ser vítima em 2007. De uma só vez, perdeu atleta e treinador. Naquele ano, o Leão havia acertado a contratação do meia-atacante Giovanni, ídolo do Santos, por indicação de Alexandre Gallo, comandante do Rubro-negro.
Mas, semanas depois, o Internacional perdeu o técnico Abel Braga para o Monaco e tratou de tirar Gallo do Sport. No dia 26 de abril, o G10 também deixou a Ilha do Retiro. Pediu para ser feita a rescisão e foi parar no Mogi Mirim, a pedido de Rivaldo.
“Valeu, Drogba”
Salário de 120 mil dólares (cerca de R$ 380 mil na época), carro blindado, tradutor em tempo integral, seis passagens Brasil-Europa, bônus em caso de artilharia… Tudo não passou de um sonho, para o Corinthians.
Confiante do “sim” de Didier Drogba, o clube paulista planejava apresentar o jogador sob grande festa, mas viu a negociação ruir. Teve até loja vendendo camisa com o número do suposto futuro ídolo. Mas… O marfinense deu de ombros para o Timão. Como se não fosse o bastante, em meio à repercussão das tratativas nas redes sociais, o Corinthians decidiu publicar uma nota para agradecer ao atleta pelas conversas: “Valeu, Drogba”.
Bate e volta inglês
Marcos foi, mas não ficou. Campeão da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira em 2002, o goleiro do Palmeiras chegou a desembarcar em Londres no ano seguinte e passar dois dias em conversas com dirigentes do Arsenal. Era a chance do atleta despontar na Europa, ainda mais pela equipe campeã da Premier League na temporada anterior. Mas Marcos não estava pronto.
Aos 29 anos, pediu um prazo ao clube inglês para se acostumar com a ideia da mudança… e perdeu a oportunidade. Naquele ano, ele terminou jogando a Série B pelo Palmeiras. E não atuou por nenhuma outra equipe até o fim da carreira nos gramados.
Via Globo Esporte.